RESENHA


A estória infantil de Neila Brasil Bruno

Por Alderacy Pereira da Silva Júnior

            O cenário literário baiano ganhou mais uma contadora de estória, agora em papel, inclusive. Texto envolvente e muito bem ilustrado são responsáveis pela adesão facilmente dos leitores, e com uma bela apresentação da escritora, os pais e educadores são sensibilizados a valorizar esse novo título da literatura infantil.
            
                Dedicado aos seus sobrinhos, outros leitores se identificam facilmente com a estória de Maricota e as formigas, porque Neila conta com envolvimento e sensibilidade, características de uma exímia contadora de estórias.
            
           Com o clímax anunciado – “A menina não tinha sossego”, a personagem principal ensina-nos como nos afastar do problema, com as mais diversas soluções inventivas. Mas as formigas não se fizeram vencidas, foram cada vez mais fortes, até cantavam alegremente.
            
               Despertando na criança o sentimento de vingança – “Hoje vocês não me escapam! Na hora de lavar a louça, vou afogá-las, uma a uma”. Nesse momento vemos como autora foi corajosa ao nos mostrar tão verdadeiramente a alma infantil. Não foi com meias palavras que ela exibiu esse sentimento, e isso torna a estória mais verdadeira.
            
               No momento posterior, a Maricota mostra-se arrependida: “(...) sentiu no seu coração uma grande dó e resolveu salvá-la (as formigas) do afogamento”. Reside aí o despertar do sentimento de compaixão, solidariedade, fraternidade, o que nos permite uma forte identificação com essa personagem.
            
            O final feliz aparece nessa estória como uma conquista, uma descoberta dos valores humanos: “E, assim, a menina e a formiguinha se tornaram grandes amigas, cada uma desempenhando seu importante papel na natureza”.
            
         Ao final dessa estória, a gente espera encontrar outros títulos dessa contadora de estória, para experimentar viver novas emoções. Além disso, imaginamos que ela vai enriquecer nossa literatura infantil com suas audácias e as belas ilustrações que nos apresentou, como as assinadas por Luiz Roberto do Nascimento.

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