A estória infantil de
Neila Brasil Bruno
BRUNO, Neila Brasil. Maricota
e as formigas. Ilustrações: Luiz Renato do Nascimento. Bauru: Canal 6, 2012
Por Alderacy Pereira da
Silva Júnior
Jornalista e arte-educador
O cenário
literário baiano ganhou mais uma contadora de estória, agora em papel,
inclusive. Texto envolvente e muito bem ilustrado são responsáveis pela adesão
facilmente dos leitores, e com uma bela apresentação da escritora, os pais e
educadores são sensibilizados a valorizar esse novo título da literatura
infantil.
Dedicado aos
seus sobrinhos, outros leitores se identificam facilmente com a estória de
Maricota e as formigas, porque Neila conta com envolvimento e sensibilidade,
características de uma exímia contadora de estórias.
Com o clímax
anunciado – “A menina não tinha sossego”, a personagem principal ensina-nos
como nos afastar do problema, com as mais diversas soluções inventivas. Mas as
formigas não se fizeram vencidas, foram cada vez mais fortes, até cantavam
alegremente.
Despertando
na criança o sentimento de vingança – “Hoje vocês não me escapam! Na hora de
lavar a louça, vou afogá-las, uma a uma”. Nesse momento vemos como autora foi
corajosa ao nos mostrar tão verdadeiramente a alma infantil. Não foi com meias
palavras que ela exibiu esse sentimento, e isso torna a estória mais verdadeira.
No momento
posterior, a Maricota mostra-se arrependida: “(...) sentiu no seu coração uma
grande dó e resolveu salvá-la (as formigas) do afogamento”. Reside aí o
despertar do sentimento de compaixão, solidariedade, fraternidade, o que nos
permite uma forte identificação com essa personagem.
O final
feliz aparece nessa estória como uma conquista, uma descoberta dos valores
humanos: “E, assim, a menina e a formiguinha se tornaram grandes amigas, cada uma
desempenhando seu importante papel na natureza”.
Ao final
dessa estória, a gente espera encontrar outros títulos dessa contadora de
estória, para experimentar viver novas emoções. Além disso, imaginamos que ela
vai enriquecer nossa literatura infantil com suas audácias e as belas
ilustrações que nos apresentou, como as assinadas por Luiz Roberto do
Nascimento.